sexta-feira, 1 de julho de 2011

Palavra de Vida – julho de 2011


“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação; pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26,41)

Jesus dirigiu essas palavras a Pedro, Tiago e João, durante a agonia no Getsêmani, aos vê-los dominados pelo sono. Ele tinha levado consigo esses três apóstolos – os mesmos que haviam testemunhado a sua transfiguração no monte Tabor – para que ficassem a seu lado naquele momento tão difícil e se preparassem com Ele por meio da oração, pois o que estava para acontecer seria uma terrível provação também para eles.

“Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Mais do que uma recomendação feita por Jesus aos discípulos, é preciso entender essas palavras – à luz das circunstâncias em que foram pronunciadas – como um reflexo de seu estado de espírito, isto é, do modo pelo qual Ele se prepara para a prova. Diante da paixão iminente, Ele reza com todas as forças de seu espírito, luta contra o medo e o pavor da morte, lança-se no amor do Pai para ser fiel até o fim à sua vontade e ajuda seus apóstolos a fazerem o mesmo.
Aqui Jesus revela-se a nós como o modelo para aquele que deve enfrentar a provação e, ao mesmo tempo, como o irmão que se coloca ao nosso lado naquele momento difícil.

“Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

A exortação à vigilância aparece frequentemente nos lábios de Jesus. Para Ele, vigiar significa não se deixar vencer jamais pelo “sono espiritual”, estar sempre pronto a acolher a vontade de Deus, saber colher os seus sinais na vida de cada dia e, sobretudo, saber interpretar as dificuldades e os sofrimentos à luz do amor de Deus.
Mas a vigilância é inseparável da oração, porque a oração é indispensável para vencer a provação. A fragilidade natural do homem (“... mas a carne é fraca”) pode ser superada por meio daquela força que vem do Espírito Santo.

“Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Como, então, podemos viver a Palavra de Vida deste mês?
Também nós devemos levar em conta nosso encontro com a provação: as pequenas e grandes provas que encontramos todos os dias. Provas normais, provas clássicas, com as quais qualquer cristão não pode deixar de deparar-se mais cedo ou mais tarde. Ora, a primeira condição para superar a provação, qualquer provação – adverte-nos Jesus –, é a vigilância. Trata-se de saber discernir, de dar-se conta que são provações permitidas por Deus, jamais para nos desencorajarmos, mas para que, superando-as, amadureçamos espiritualmente.
E, ao mesmo tempo, devemos rezar. A oração é necessária porque as tentações às quais estamos mais expostos nesses momentos são de dois tipos: por um lado, a presunção de conseguirmos superar a prova sozinhos; por outro lado, o sentimento oposto, ou seja, o temor de não sermos capazes de superar a prova, como se ela fosse superior às nossas forças. Ao passo que Jesus nos garante que o Pai celeste não nos deixará faltar a força do Espírito Santo se estivermos vigilantes e se lhe fizermos com fé esse pedido.

Chiara Lubich

Esta Palavra de Vida foi publicada em abril de 1990

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