O filme mais religioso de Terrence Malick trata o contato com o mundo não como pecado, mas como redenção
Experimentar o mundo sempre foi um imperativo aos personagens do cineasta Terrence Malick, e desde seus primeiros filmes, Terra de Ninguém (1973) e Cinzas no Paraíso (1978), só convenções sociais - a propriedade, o casamento, a lei - impedem esse contato. Em A Árvore da Vida (The Tree of Life) o obstáculo é mais agudo: a autoridade do pai.
Sempre presente na contraluz da hora mágica, a graça divina pontua A Árvore da Vida nos registros grandiosos (difícil achar algo maior que o Big Bang), nos banais (a opressão de um sótão que parece uma capela) e nos fatídicos (o afogamento é uma forma de batismo?). Ironicamente, porém, aqui o contato com o mundo não se traduz em pecado, como nos dois filmes citados (crime de morte em Terra de Ninguém e "incesto" em Cinzas no Paraíso), mas em redenção.Na Bíblia, a Árvore da Vida é aquela cujo fruto Deus permite que Adão e Eva colham para si, ao contrário da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, ocupada pela serpente e proibida ao primeiro casal. No começo do filme, Terrence Malick faz uma distinção similar - é possível viver o caminho da natureza, mundano, que satisfaz a si mesmo, ou o caminho da graça, absoluta e universal - e diz inicialmente que é preciso escolher um deles. Ao longo de 139 minutos, contudo, A Árvore da Vida nos sugere que esses dois rumos são complementares.
Classificação indicativa: 10 anos
Continue a leitura.....
Assista ao Trailer Oficial Legendado -A Árvore da Vida (2011):
Nenhum comentário:
Postar um comentário