sábado, 28 de abril de 2012

Perfil do Alfredo Alemão - GO



Alfredo nasceu no dia 24 de julho de 1989, na cidade de Gurupi, Tocantins. Lá morou somente até os 3 anos, quando se mudou para Pirenópolis. Morava em uma fazenda, na zona rural. Aos 7 anos foi morar com sua avó Rita, em Goiânia, para estudar. Desde então, dividia atenciosamente seu tempo entre os estudos e as viagens para as cidades onde seus pais moravam. Já com onze anos, por meio de sua avó, conheceu o Movimento dos Focolares. Participava do grupo de adolescentes do Movimento. Tocava violão e formou com esses adolescentes uma banda. Ali nasceu um relacionamento profundo com eles, um relacionamento que o acompanharia para sempre, e que desde então, o fez compreender que somente amar importa. Era um garoto tímido, tranquilo e simples. Seu jeito mariano de ser, discreto, imediato e concreto no amor, marcou todos que o conheceram. Não reclamava de nada. Ao mesmo tempo era atencioso e distribuía um sorriso contagiante. Quem passava por ele sempre sentia essa energia. Era o amor vivo. O Amor foi aquilo que escolheu como estilo de vida. Pois ele sabia que o amor vence tudo. Foi aquilo que Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, ensinou para todos nós e ele aprendeu e viveu tão bem . Cresceu como um jovem normal, com as dificuldades e alegrias de um garoto comum. Mas vivia tudo intensamente, buscando estar sempre unido a Deus, fazer bem a Sua Vontade, doar-se por inteiro no que sua divina aventura lhe propunha cotidianamente. Sua sede de infinito o levou a querer mais. Por isso, em 2008, foi fazer uma experiência que revolucionou a sua vida. Foi para a Mariápolis Lia, na Argentina, onde pôde se aprofundar no carisma da unidade. Queria que a humanidade fosse uma coisa só em Deus, só família, todos irmãos de um mesmo Pai. Na Mariapolis, cidade do movimento na qual todos procuram viver uma única lei, a lei do Amor, fez muitas descobertas, ganhou vigor no amor ao próximo, alargou ainda mais seu coração, experimentou profundamente o Amor de Deus e a Unidade. Ficou ali por um ano, e conheceu muitos jovens que, como ele, queriam viver por um mundo unido. Foi um ano especial para ele, neste período Alfredo fez grandes amigos e consolidou em seu coração a sua escolha de Deus. Em uma carta para um amigo que estava indo embora da Mariápolis, Alfredo escreveu: ¨ Sabemos que Deus tem tudo preparado para cada um, e se agora te pede que regresses para tua casa é porque você já está preparado para levar ao mundo tudo o que aprendestes.¨ (Carta para um amigo em 13/02/09) Em uma outra carta fala que aprendeu a estar “preparado para tudo o que Deus pede”, e diz estar disposto a “dar a sua vida” pelos irmãos. Essa era sua medida no relacionamento com os outros – pronto a dar vida – nas atividades com os outros jovens, nos relacionamentos, na família, na faculdade (ele cursava agronomia na UFG). Hoje vemos que Deus o preparou espiritualmente para o último período de sua vida, que ele enfrentou com tranquilidade e alegria, sendo exemplo e canal de conversão para muitos jovens. Tudo foi completamente inesperado. Alfredo adoeceu e foi para o hospital, onde os médicos diagnosticaram uma pneumonia fúngica. Seu quadro se mostrou complicado e após diversos outros exames veio a dura notícia para todos: Alfredo estava com linfoma, câncer que prejudica severamente as defesas do corpo. Diante da notícia, Alfredo não se abalou, manteve o sorriso e continuou a amar todos aqueles que entravam em contato com ele. Sabia que Deus o amava imensamente, entendia que aquela doença tinha um grande propósito. Procurou, desde o primeiro instante, encorajar e consolar a sua família e os amigos. Subitamente se iniciou o tratamento quimioterápico, que o debilitou fisicamente e lhe infligiu muitas dores e sofrimento. Ainda assim, com o corpo ferido, sem conseguir se alimentar normalmente, Alfredo sorria e procurava encorajar a todos que estavam a sua volta. Os médicos não entendiam de onde vinha tamanha esperança e força. A cada dia, seu quadro piorava, mas conta uma enfermeira que Alfredo lhe dizia sorrindo: “Hoje melhorei 10%”, e no dia seguinte, “Hoje estou melhor 20%”, e depois “Já estou 30% melhor, logo vou para casa”, e assim sucessivamente, dia após dia, sempre encorajando a todos. Com sua namorada, uma jovem que também havia escolhido a Deus como tudo na vida, não foi diferente. Buscava a tranquilizar e procurava fazê-la feliz, mesmo naquela situação. Tinha por ela um imenso amor e com ela construiu um relacionamento em que Deus está ao centro de tudo. Certa vez, durante uma visita dela lhe disse:“Eu não sou seu, eu não sou meu, sou de Deus”. O segredo de sua alegria em meio às dores e sofrimentos, qual seria? Estar contente em meio a uma doença tão terrível, como poderia? Certamente o próprio Cristo lhe havia contado ao pé do ouvido este segredo. Alfredo via em sua doença um sinal de que era muito amado por Deus, e a cada sofrimento não deixava escapar as oportunidades de unir-se a Jesus, amá-Lo com todas as suas forças, e oferecer tudo pelos outros. Com o físico debilitado pelas quimioterapias e com as defesas do corpo comprometidas pela doença, Alfredo teve uma infecção que progrediu agressivamente até levá-lo a morte. Desde sua internação até sua partida para o céu, passaram-se 38 dias. Rápido demais para entendermos o que estava acontecendo. Durante esse tempo, desde o início, formou-se uma rede de orações e solidariedade em volta do Alfredo. Jovens de vårias cidades e até mesmo de outros países se uniram para rezar por ele. Vários jovens rezavam o terço juntos via Skype, faziam doações de sangue, ofereciam seus atos cotidianos de conversão e de amor, muitos rasparam a cabeça em solidariedade ao amigo que perderia os cabelos por causa da quimioterapia. Do mundo inteiro chegavam manifestações de carinho. Ele mesmo dizia: ¨ Em todo este tempo que estou aqui no hospital o mais lindo é sentir a união de todos e as orações...estou muito feliz por isso e estou certo de que tudo o que estou vivendo é para algo maior.¨ O seu funeral foi um momento de paraíso. Algo profundo e indescritível. Somente quem o viveu sabe bem o que aquele momento foi. Eram muitas pessoas que ali passavam, foram vários os jovens que viajaram centenas de quilômetros para estar ali, agradecer pela vida de seu amigo e consolar a família que sofria. Ao final, a família se dizia agradecida aos jovens por estes lhe terem dado um funeral digno de quem ele foi em vida. Ficaram impressionados e diziam-se cheios de gratidão por estes jovens terem atravessado toda a noite cantando e rezando ao lado do corpo de Alfredo, sem deixá-lo sozinho um minuto sequer. Os jovens disseram a família que todos eles só estavam fazendo aquilo que o próprio Alfredo certamente faria por cada um deles. O seu perfil em uma rede social da internet tem centenas de mensagens que nos mostram que ele foi um jovem autêntico, radical no amor a Deus e no amor ao próximo, um exemplo para muitos, que deixa um eterno rastro luminoso. Ao olharmos a breve e intensa vida de Alfredo, nos vemos diante de um grande homem, nos vemos diante de um gigante na arte de amar. Seu amor imediato, puro e simples, a sua doação total de si até o fim nos coloca uma certeza no coração: Alfredo não morreu, pelo contrário, ele deu a sua vida. Existe uma diferença enorme nisto. Pois quem dá a sua vida não a perde, mas a ganha eternamente. Seu amor abraçava jovens inclusive de outras religiões: No último final de semana foi celebrada uma missa pelo Alfredo na Igreja Ortodoxa e um culto na Igreja Luterana. Na Mariapolis Lia – Argentina celebraram uma missa por ele que foi presidida pelo Giancarlo, vice-presidente do Movimento dos focolares que está visitando a Mariápolis junto com a presidente, Emmaus. E fizeram-lhe uma homenagem: a ‘casitta providencia’ onde ele morou quando esteve lá agora já tem seu nome dado seu testemunho. Sabendo disso um gen da Argentina publicou no perfil do Alfredo: “foi a casitta onde aprendestes tantas coisas, e agora é a casitta que leva o teu nome para que seja como você: “porta do céu, transparência de Deus!”
Por: Mailson Rodrigues Lisboa (Facebook)

Nenhum comentário: